terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Alfazemas (Lavanda)


As lavandas (popularmente conhecidas como alfazemas) são plantas do gênero Lavandula, da família Lamiaceae. São pequenos arbustos, perenes, incluindo também as anuais e os subarbustos. O nome é mais frequentemente usado para as espécies do gênero que crescem como ervas e para ornamentação. Destas as mais comuns são a lavanda inglesa e a Lavandula angustifolia (L. officinalis). As espécies ornamentais geralmente são as L. stoechas, L. dentata, e a L. multifida.
As lavandas crescem em jardins. Suas flores são usadas para arranjos florais secos. As flores púrpuras e os brotos, de fragrância suave, são utilizados em potpourris. Secos e embalados em pequenos saquinhos de tecido de algodão são utilizados para serem colocados entre as roupas do armário para dar-lhes uma fragrância fresca e agradadável, e também para impedir a presença de insetos e parasitas. O cultivo comercial da planta é para a extração de óleos das flores, caules e plantas, que são utilizados como anti-sépticos, em aromaterapia e na indústria de cosméticos. Como produto terapêutico, em infusão, deve ser evitado o uso contínuo, podendo produzir excitação em dose tóxica.
O óleo essencial da lavanda (do latim "lavare", "lavar") já era utilizado pelos romanos para lavar roupa, tomar banho, aromatizar ambientes e como produto curativo (indicado para insônia, calmante, relaxante, dores, etc.). O óleo é obtido da destilação das flores, caules e folhas da espécie Lavandula officinalis. Entre várias substâncias, o óleo apresenta na sua composição o linalol e o acetato de linalila, que conferem a sua fragrância e, ainda, resina, saponina, taninos cumarinas.
As flores de lavanda produzem um néctar abundante que rende um mel de alta qualidade produzida pelas abelhas. O mel da variedade lavanda foi produzido inicialmente nos paises que cercam o Mediterrâneo, e introduzido no mercado mundial como um produto de qualidade superior. As flores da lavanda podem ser utilizadas como decoração de bolos. A lavanda também é usado como erva isoladamente ou como ingrediente da erva da Provence (França).

Também é uma planta muito apreciada pelas ASF (Abelhas Sem Ferrão), bastante plantada em jardins e jardineiras de meliponicultores.

Solo

As espécies de Lavandula são nativas de solos rochosos e  pobres da bacia mediterrânica, muitas dessas espécies ocorrem naturalmente em solos calcários. Daí que as espécies da secção Lavandula (angustifolia, latifolia e híbridos) prefiram os solos neutros a alcalinos; toleram solos mais ácidos, sendo muitas vezes cultivadas com sucesso em solos ácidos, tornam-se no entanto mais susceptíveis a problemas que em solos próximos da neutralidade. As espécies da secção Stoechas toleram solos mais ácidos, algumas preferem-nos mesmo a solos neutros uma vez que são nativas de solos ácidos. Normalmente todas as Lavandulas preferem solos arenosos ou bem drenados, alguns dos cultivares mais apreciados de Lavandula angustifolia, como por exemplo o Hidcote Blue são muito sensíveis em solos pesados (argilosos) e mal drenados, adoecendo e morrendo com facilidade, principalmente quando acresce demasiada acidez do solo. Daí que seja conveniente em solos argilosos torná-los mais ligeiros pela adição de generosas quantidades de matéria orgânica (de preferência), ou de materiais inertes como a areia. Quando se pretende plantar cultivares sensíveis deve-se ainda corrigir o pH do solo com calcário.

Clima

As espécies pertencentes às secções Lavandula e Stoechas toleram geadas e mesmo nevões não muito prolongados, desde que se faça a aclimatação. Isto significa que uma planta recém saída de uma estufa terá problemas em sobreviver a uma geada forte, no entanto sobreviverá sem problema se for progressivamente aclimatada ao frio, como acontece naturalmente na mudança das estações. As espécies da secção Dentata são mais sensíveis ao frio tolerando no entanto geadas moderadas. As espécies da secção Pterostoechas são sensíveis ao frio, sendo afectadas pelas geadas ou ventos gelados secos (geadas negras) e podendo facilmente morrer com geadas fortes.
Exposição
Todas as Lavandulas devem ser colocadas num local bem exposto ao sol, pois em locais sombrios terão crescimento e floração pobres e tempo de vida reduzido.

Fertilização

Sendo plantas nativas de solos pobres não são plantas exigentes, sendo mesmo desaconselhado o excesso de fertilização, principalmente azotada. No entanto deve ser feita alguma fertilização, principalmente para atingir todo o potencial de floração que alguns cultivares permitem.. Uma boa adição de matéria orgânica bem decomposta é o ideal, sendo de evitar estrumes frescos ou mal decompostos ricos em azoto (que se distinguem pelo cheiro a ureia). Para as alfazemas (secção Lavandula), nativas de solos calcários, será útil fazer uma fertilização rica em cálcio, havendo que aconselhe a utilização de farinha de ossos. Quem opte por fazer fertilização química deverá preferir os fertilizantes de libertação lenta.

Rega

As Lavandulas são, no geral plantas tolerantes à seca suportando sem dificuldades os quentes e secos verões mediterrânicos, no entanto há que ter alguns cuidados quando as plantas não tiveram tempo para se estabelecer ou são cultivadas em vaso. Quando são plantadas em primaveras secas ou tardias devem ser regadas regularmente no verão até às primeiras chuvas de outono. Mesmo uma boa rega no verão mediterrânico não permite o bom estabelecimento da planta que só acontecerá com chuvas. Por outro lado deve haver cuidado em não regar demasiado, uma vez que a humidade e o calor são condições propícias ao desenvolvimento de doenças. Assim o ideal é plantar no outono ou no início da primavera, quando, em anos normais, ainda vai chover o suficiente para a planta se estabelecer no solo. As Lavandulas bem estabelecidas toleram secas severas como a que aconteceu em 2005, mesmo em solos secos, entrando naturalmente em dormência e portanto parando o crescimento. Quando cultivadas em vaso devem ser regadas, dependendo do tamanho da planta e do vaso, com frequência que pode ir até diariamente em períodos quentes e secos, quando as plantas estão bem desenvolvidas.

Doenças e pragas

Podem ser atacadas por fungos, vírus, micoplasmas, afídeos, lagartas e outros insectos pouco frequentes. Embora as pragas não sejam normalmente problema, a não ser que haja grandes desequilíbrios ecológicos ou excessos de fertilização, as doenças causadas por fungos podem surgir com alguma frequência quando as condições de solo ou exposição não são adequadas. Nestes casos o melhor é corrigir a causa do problema em vez de tratar a doença com químicos, uma vez que se não se corrigir a causa o problema voltará a aparecer. As plantas afectadas com alguma severidade devem ser arrancadas e queimadas para evitar o contágio, no entanto em ataques ligeiros uma poda resolve o problema.

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