quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Borá (Tetragona Quadrangula)

Borá (Tetragona Quadrangula), Conhecida popularmente por Jataizão, Vorá ou Cola-Cola.

Diz a lenda que: Borá significa substância amarela e amargosa encontrada nos cortiços dessa abelha, possivelmente por se notar grande quantidade de saburá (pólen) que elas armazenam em seus ninhos.

Abelha da família dos Meliponídeos, seu nome original vem do Tupi: Heborá ( que traduzindo quer dizer: O que há de ter mel). No Estado de São Paulo ainda é possível encontrá-las em algumas regiões. Nidifica em ocos de árvores, de preferência vivas. Na região do Rio Xíngu e Suiámissu encontrei grande quantidade de ninhos em Pequizeiros ( Pequi).

As colônias são bastante populosas, muito agressivas, depositam própolis sobre as pessoas que examinam os seus ninhos, isto quando suas colmeias são abertas. Apesar disso, algum tempo depois, digamos 20 ou 30 minutos é possível trabalhar com elas sem véu.

Para a divisão de uma colônia de Borá, devemos escolher famílias fortes, e que tenham grande quantidade de alimento estocado. Apesar de serem agressivas são muito atacadas por forídeos.

domingo, 14 de maio de 2017

Alimentação suplementar para abelhas sem ferrão

Períodos se escassez de alimento são muito comuns, sendo a alimentação artificial de colônias com substâncias energéticas e/ou proteicas a forma de suprir a falta de néctar e pólen. As vantagens dessa forma de alimentação são muitas (rapidez na absorção do produto, facilidade de preparo, baixo custo, ótima aceitação pelas abelhas).
Para as abelhas, a alimentação suplementar tem como principal objetivo permitir o desenvolvimento das colônias em períodos de escassez de alimento e em divisões. Ao receberem uma fonte alternativa de alimento, as operárias economizam a energia que gastariam para coletar pólen e néctar no campo, podendo assim, apoiar outras atividades essenciais na colônia, como defesa, limpeza, organização e suporte as atividades de postura da rainha (VILLAS-BOAS,2012).

O Alimento preparado a partir de gelatina comercial, onde são misturados o açúcar, mel, água, fonte protéica e essência.

Ingredientes de preparo:

- 500 ml água
- 400 g de açúcar (Preferencialmente o demerara)
- 1 colher de sobremesa de mel (ASF ou Apis)
- 1 colher de chá de pó de pólen (ASF ou APIS)
- 1 pacotinho de gelatina de 12 g (Sem cor e sem sabor)
- 3 folhas de erva cidreira

Preparo:

Chá

- Adicionar em vasilha, 400 g de açúcar + 3 folhas de erva cidreira + 500 ml de água.
- Levar ao fogo até ferver (manter sob fervura durante 3 minutos)
- Deixar esfriar, retirar as folhas e guardar o líquido

Preparo da gelatina

Dissolver a gelatina aos pucos em 4 colheres de água em um copo, misturar até ficar uniforme e deixar em repouso

Mistura do Chá com a Gelatina

Quando o chá resfriar, adicionar 1 colher de pó de pólen + 1 colher de sobremesa de mel + a gelatina e misturar tudo deixando uniforme.

Conservação

Levar toda a mistura para geladeira. Após 12 horas pode ser servida as abelhas (adquire consistência gelatinosa).
Em recipiente fechado na geladeira, se conserva por até 30 dias. Não eixar fora da geladeira.

Servindo as Abelhas

Servir para as abelhas na parte interna da caixa, cerca de 2 a 3 vezes por semana.


Fonte:
Matéria retirada do site apacame

Referências:
VILLAS-BOAS, J.Manial tecnológico: abelhas sem ferrão. Braília,DF: Instituto sociedade, População e Natureza (ISPN), 2012. 96 p.(Série Manual Tecnológico).

CARVALHO,C.A.L. de; ALVES, R.M. de O.;SOUZA,B. de A. Criação de abelhas sem ferrão: aspectos práticos.1.ed.Salvador-BA:SEAGRI-BA,2003. 42 p.

sábado, 22 de abril de 2017

Amor Agarradinho (Antigonon leptopus)

O amor-agarradinho tem efeito surpreendente, suas flores delicadas em formato de coração criam uma atmosfera romântica e atraem muitas abelhas. As inflorescências são compostas de muitas flores rosas ou brancas, dependendo da variedade, e se formam durante a primavera e o verão. É semilenhosa, mas não muito vigorosa, portanto se adapta a qualquer tipo de suporte, desde arcos, cercas até caramanchões. As folhas fecham bem a estrutura fornecendo sombra durante todas as estações.
Devem ser cultivados a pleno sol em solo fértil, enriquecido com matéria orgânica. As adubações periódicas estimulam uma floração intensa. O uso do biofertilizando produto em composteiras são ótimo para ajudar no florescimento;

Multiplica-se por sementes, estaquia e alporquia.
 
Queridinha das Mandaguaris (Scaptotrigona postica)
Sem dúvida o amor agarradinho é uma ótima planta para quem cria Abelhas Sem Ferrão, além de ser muito apreciada pelas Mandaguaris (Scaptotrigona postica). O mel que elas produzem após a coleta de néctar dessa planta tem um sabor maravilhoso e o melhor, floresce praticamente o ano todo.

Nome Científico: Antigonon leptopus
Nomes Populares: Amor-agarradinho, Amor-entrelaçado, Bela-mexicana, Cipó-coral, Cipó-mel, Coralita, Georgina, Lágrima-de-noiva, Mimo-do-céu, Rosa-da-montanha, Rosália, Viuvinha
Família: Polygonaceae
Categoria: Trepadeiras
Clima: Continental, Equatorial, Mediterrâneo, Subtropical, Tropical
Origem: América do Norte, México
Altura: 9.0 a 12 metros
Luminosidade: Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene


sexta-feira, 24 de março de 2017

Distância entre as caixas

   Bom dia amigos! Como de costume, sempre faço matérias referente as dúvidas que recebo por e-mail de amigos, hoje vou compartilhar uma dica para sanar dúvidas de muitos iniciantes. Atenção, essa dica é importante para um bom convívio das abelinhas em seu meliponário.

   Qual distância devo deixar entre as caixas em meu meliponário?

   Bom, vamos começar pela Jataí! Essa abelinha, na minha opinião, é uma das mais territorialistas, pois elas se incomodam muito com outras abelhas próxima a ela, principalmente se for outra colônia de Jataí. Se estiverem muito próximas, elas podem ficar brigando até uma, ou as duas, colônias morrerem. Quando as caixas estão novas e ainda em desenvolvimento, elas ficam tranquilas, mas conforme o enxame vai crescendo, a guerra começa! Então para evitar perda de vidas, mantenha sempre suas Jataís numa distância mínima de 2 metros entre elas e 1 metro entre demais espécies.

   Para as demais espécies, 30 a 50 cm de distância entre uma caixa e outra já é o suficiente para o bom convívio.

   É importante também tentar fazer uma organização de seu meliponário quanto as espécies, sempre que possível organize as espécies próximas, formando assim comunidades. (Ex.: Mandaçaia perto de Mandaçaia. Uruçu perto de Uruçu...).

   Em relação a Mandaguari, e outras espécies do gênero scaptotrigonas, mantendo a distância de mínimo 50 cm está ótimo, mas evite deixar essa espécie muito próximas de melíponas, já presenciei caso em época de baixa florada aonde uma Mandaguari invadiu e matou uma colônia de Mandaçaia - muito provavelmente em busca de comida - nessa ocasião, a Mandaguari estava cerca de 40 cm da Mandaçaia.

   Lembrando sempre que nossas abelhas sem ferrão são mais sensíveis e NÃO devem ficar expostas ao sol e chuva. Muitas pessoas ao comprar caixa comigo perguntam se a madeira resiste a sol e chuva, a resposta é simples - proteja suas ABELHAS, pense no bem estar delas e aloje elas em lugares protegidos!

   Para quem tem várias colônicas, uma outra dica legal é numerar as caixas e fazer uma ficha de controle para cada uma delas, assim você saberá todo o histórico dessa colônia, isso facilita muito na hora da multiplicação e para outros manejos.

   E para finalizar, mais uma dica muito importante, que vale para todas espécies: NUNCA deixe uma colônia virada de frete pra outra!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Pasto Apícola para Jataí

Olá amigos, tenho recebido muitos e-mails perguntando sobre pasto apícola (flores) para Jataí.
Então fiz uma pesquisa e achei no site da USP um Calendário Apícola para Jataí muito bom, vou compartilhar aqui em meu blog para vocês.

Fonte de pesquisa:  http://eco.ib.usp.br/beelab/calendario_jatai.htm  (Pesquisado em 25/01/2017).

   Durante o período de julho de 1981 a junho de 1982 foi realizado um estudo com o objetivo de conhecer as espécies de abelhas que vivem no campus da USP e também, as flores visitadas por elas. A metodologia empregada baseou-se em coletas das abelhas nas flores com o auxílio de uma rede entomológica.

   Durante o período de estudo foram coletadas 132 espécies de abelhas. A tabela abaixo apresenta apenas as plantas visitadas por jataí (Tetragonisca angustula) e também, a época de florescimento dessas plantas (+ = época de floração e X = pico da florada). Durante a coleta de dados foi observado o tipo de recurso floral (pólen, néctar e resina) coletado pelas operárias.

MESES
PLANTAS
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
Família
Nome Científico
Nome Popular
Recurso floral
X
+
+
CaryophyllaceaeSineria armeriaalfinete
P
X
AnacardiaceaeLithraea molleoidesaroeira branca
P N
1
AnacardiaceaeSchinus terebinthifoliusaroeira vermelha
P N
1
1
AsteraceaeVernonia polyanthesassa peixe
N
1
1
1
1
AsteraceaeAster laevisaster, mal-me-quer
P
1
1
X
1
SterculiaceaeDombeya burgessiaeastrapéia
P N
1
1
SterculiaceaeDombeya wallichiiastrapéia rosa
N
1
1
1
1
X
1
EricaceaeRhododendron indicumazaléa lilás
P N
X
1
EricaceaeRhododendron indicumazaléa rosa
N
X
AsphodelaceaeAloe spbabosa
N
X
X
1
1
X
BalsaminaceaeImpatiens balsaminabeijo
P N
1
1
X
1
EuphorbiaceaeEuphorbia pulcherrimabico-de-papagaio
P
1
X
LamiaceaeIboza ripariaboldo
P N
1
X
1
ElaeocarpaceaeMuntingia calaburacalabura
N
1
X
X
1
1
AsteraceaeEupatorium spcambará-roxo, mata pasto
N
1
X
CaesalpiniaceaeCaesalpinia pelthophoroidescesalpínia, sibipiruna
P
1
1
1
1
1
ApocynaceaeThevetia peruvianachapéu-de-Napoleão
N
X
1
LamiaceaeColeus sp1cóleus
P N
1
X
1
LamiaceaeColeus sp2cóleus
P N
1
LythraceaeLagerstroemia indicaconfete
P N
1
1
1
1
1
1
1
1
X
1
1
1
EuphorbiaceaeEuphorbia milli var. splendenscoroa-de-cristo
P N R
1
EuphorbiaceaeEuphorbia milli var. millicoroa-de-cristo - grande
P R
1
1
X
X
EuphorbiaceaeCroton lundianuscroton
P N R
X
1
1
AsteraceaeDahlia spdália
P N
1
1
1
1
1
IridaceaeDietes vegetadietes
P R
1
1
1
1
1
1
X
1
1
1
AsteraceaeEmilia sonchifoliaemília
N
X
1
1
AsteraceaeEclipta albaerva-de-botão, lanceta, surucuína
P N
X
X
MimosaceaeMimosa daleoidesespiguinha
P N
1
1
1
1
1
1
X
1
1
1
1
X
FabaceaeCalliandra tweediiesponjinha vermelha
N
1
X
1
1
1
RanunculaceaeDelphinium spesporinha
P
X
1
1
1
1
SolanaceaeNicotiana tabacumfumo
P N R
X
X
1
X
ApiaceaeFoeniculum vulgarefuncho
P N
1
1
1
X
1
1
1
1
1
1
1
1
ProteaceaeGrevillea banksiigrevília
N
1
1
X
AsteraceaeCrotalaria spguizo-de-cascavel, crotalaria
N
1
X
1
AsteraceaeCrotalaria lanceolataguizo-de-cascavel
P N
X
1
1
OleaceaeJasminum azoricumjamim-estrela
N R
1
1
RutaceaeCitrus sinensislaranjeira
N
1
1
CaprifoliaceaeLonicera japonicamadressilva
N
1
X
AnacardiaceaeMangifera indicamanga
N R
1
1
AsteraceaeTithonia rotundifoliamargaridão amarelo
N
X
1
1
1
1
1
1
1
LamiaceaeOcimum kilimandscharicummanjericão
P N
1
1
SolanaceaeSolanum americanamaria-pretinha
N
1
1
1
1
1
1
1
1
X
X
X
1
BalsaminaceaeImpatiens sultaniimaria-sem-vergonha
N
1
1
1
1
1
1
1
X
MalpighiaceaeByrsonima intermediamurici
P N
1
X
1
CapparaceaeCleome spinosamussambé
P N
X
X
1
AizoaceaeMesembryanthemum spectabileonze horas
P N
1
X
LamiaceaeOriganum vulgareorégano
N
1
1
X
MelastomataceaeTibouchina holosericeaorelha-de-onça
N
1
X
X
X
1
ArecaceaeArchontophoenix cunninghamianapalmeira
N
1
1
RosaceaePrunus persicapessegueiro
P N
X
X
AsteraceaeBidens pilosapicão
N
1
1
X
1
AsteraceaeGalinsoga parviflorapicão branco
N
1
1
MyrtaceaeEugenia pitangapitangueira
N
1
X
1
NyctaginaceaeBougainvillea spectabilisprimavera
N
X
X
1
1
MelastomataceaeTibouchina granulosaquaresmeira
P N
1
1
CaprifoliaceaeSambucus australissabugueiro
P N
1
X
1
1
1
LamiaceaeSalvia splendenssalvia vermelha
P N
1
1
X
MimosaceaeMimosa pudicasensitiva
P
1
X
X
1
FabaceaeErythrina mulungusuinã
P
X
X
1
PolygonaceaePolygonum capitatumtapete inglês
P
X
1
FabaceaeTipuana speciosatipuana
P
X
AnacardiaceaeToxicodendron verniciferumtoxicodentron
N R
1
X
X
1
1
AcanthaceaeThunbergia grandifloratumbergia
P N
X
1
AsteraceaeBaccharis spvassourinha
P N
1
1
1
1
X
X
X
AsteraceaeWedelia paludosavedélia
N
1
1
1
1
1
1
X
1
VerbenaceaeDurante repensvioleteira
N

Legendas:
1 = época de floração
x = pico da florada
P = pólen
N = néctar
R = resina



Fonte:
1985 - FÁTIMA DO ROSÁRIO NASCHENVENG KNOLL - Abundância relativa das abelhas no Campus da Universidade de São Paulo (23o33'S; 46o43' W), com especial referência à Tetragonisca angustula Latreille. São Paulo, USP, 78p. Dissertação (Mestrado) Departamento de Zoologia. Orientadora: Dra. Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca.